sábado, 20 de fevereiro de 2010

Não tenho um tema fixo sobre o que escrever aqui. Isso me dá uma certa liberdade , mas ao mesmo tempo a retira de mim. Não preciso falar sempre da mesma coisa ,mas tenho que tomar cuidade para não ficar chato e repetitivo. Não tenho inspiração, como dizem outros, mas tenho a vontade de escrever,Apoio, tenho de poucos. Tento dar valor nos comentários que recebo, não consigo. Tento fazer disso uma obrigação, mas fico horas encarando a tela sem saber o que escrever. Quando criei isso , logicamente , pensava em ficar conhecido, ter vários visitantes, quase um mês depois , não passam de 10 os que acompanham aqui. Vontade de continuar ? Até tenho, embora uma hora ou outra vocâ desanime com algo. Mas sempre há a diferença entre desanimar e desistir.
Chega horas assim , tenho vontade de falar de tudo, não consigo falar de nada. Ao mesmo tempo sei tanto, e tão pouco. Algumas vezes me pego pensando "Vale a pena continuar ? Vale a pena insistir ? ", e percebo que não há regra, é tropeçando que se aparende a andar. Não gosto do que escrevo, embora quem lê fale que é bom. Se tivesse que corrigir isso como prova , não daria mais que 5. Há quem ache que dou pouco valor a mim mesmo, mas no fundo, eu acho que não muito com o que se preocupar.
Nesse nosso mundon tudo segue uma ordem padrão, a maldita rotina. Isso acaba tirando a graça de muita coisa. A mania da atualidade de ver coisas como obrigação. Não se vê mais pessoas fazendo as coisas porque gostam. O lance é ganhar dinheiro. Como se isso adiantasse.
Muitos demoram a perceber que no fundo, como diria Pink Floyd , "somos apenas mais um tijolo na parede". Ou de uma maneira mais direta, simplesmente não fazemos diferença. Se qualquer um de nós morrermos , qual seria a perda para a chamada "humanidade" (que de humana tem muito pouco por sinal) ?
Não há como escapar dessa padronização, já que isto está tão impregnado na nossa cultura que sempre que alguém tenta "sair do eixo" , abrir os olhos dos que estão perto dele, ele é taxado de excluído, sem noção, e tudo o mais que quem lê isso aqui agora sabe muito bem como é. Já passei por isso, por ter uma visão diferente do resto, e simplesmente acho besteira quem vive das aparências , que vive como se fosse O foda, sendo que no fim, sangra como qualquer outro homem e morre como qualquer outro.
Não sei se irão entender o que eu quis dizer, mas para os que entenderem,uma pequena frase, de Tyler Durden "O que você possui, acaba possuindo você".
Pense nisso.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Era pra ser um trabalho de geografia , mas eu gostei , então aqui vai

A situação atual do Haiti, muito comentada por todo o planeta, tem sido alvo de várias campanhas, algumas dizendo que o povo sofre por terem perdido suas casas, outras falam que eles não têm água potável, que o esgoto está a céu aberto. Muitos colocam a culpa no terremoto do dia 12 de janeiro. Mas poucos percebem que a situação já era precária no país, que o terremoto só ajudou a derrubar o que já era podre.
Enquanto se encontram vários anúncios pedindo ajuda para o Haiti, muitos se esquecem de olhar para dentro do próprio país. O Brasil tem seus próprios problemas, alguns até mais graves que os haitianos, mas nunca encontramos placas dizendo “envie dinheiro para ajudar no combate ao tráfico.”. Mas falar do Haiti, ajudar o Haiti se tornou moda entre a mídia internacional. O povo foi dormir no dia 11 de janeiro pensando na corrupção, no aumento da cotação do dólar, entre várias outras coisas, e acordou no dia 12 com um sentimento mútuo de dó e solidariedade pelo povo haitiano. Não há nada melhor que uma grande tragédia para fazer as pessoas esquecerem o que faziam, até mesmo no caso do terremoto, em que a situação lá já era ruim, mas antes ninguém se preocupava.
Quando o governo brasileiro concordou em enviar tropas para participar da MINUSTAH (sigla derivada do francês: Mission des Nations Unies pour la stabilisation en Haïti, em português Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti), houve uma revolta geral contra, dizendo que isto era repressão, invasão, que era tudo menos ajuda. Pois bem, seis anos depois, os mesmos que reclamaram e chiaram , estão hoje defendendo a permanência das tropas, que sem elas não é possível manter o país estável e repetindo o mesmo discurso ao qual eles se opuseram em 2004.
O correto a ser feito no Haiti não é simplesmente enviar rios de dinheiro para lá, sem nem se saber para que será usado, mas ensiná-los a reconstruir uma economia , mesmo que primária , mas estável.
Talvez possamos passar por situações parecidas no futuro, mas devemos aprender com coisas como essa a olhar os nossos problemas, e não deixar que, enquanto cidades como Rio de Janeiro se tornam inabitáveis, a nossa preocupação vá somente para um lugar onde o povo sempre teve problemas de estrutura.