domingo, 26 de agosto de 2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Há sete anos eu peguei 3 reais na carteira da minha mãe. Fui locar um filme. Tinha acabado de chegar o "novo filme do Batman". Meu irmão já tinha assistido, tinha falado que era legal, peguei ele mesmo. Assisti, fiquei todo empolgado. Tinha sido um "filme de super herói muito legal". Passou o tempo, e eu nem lembrava direito desse filme mais.
Há quatro anos, Heath Ledger morreu. O máximo que eu sabia sobre a tal continuação era que ele seria o Coringa. Fui assistir com meu pai sem nem lembrar direito do primeiro filme. Saí de lá espantado com o Coringa, até coloquei "why so serious" no subnick do msn. Um personagem genial, um filme genial, um diretor genial, tudo genial. Passou, ficou para trás assim como o outro.
Anunciaram o final, o terceiro filme. Assisti os dois primeiros de novo, vi que não tinha entendido porra nenhuma da primeira vez.
Há seis horas eu peguei uma fila de cinema. Para ver um show de efeitos especiais, mais um capítulo da saga do "cavaleiro das trevas". Três horas depois, acabava, Tudo. Acabava a história, acabavam sete anos. Sete anos atrás, eu ouvia Green Day e Avril Lavigne e jurava ser "do rock". O Batman era novo, e eu também. Jogava bola na rua, pegava três reais da carteira da mãe e ia locar um filme. Quem é que ainda loca filmes ?
Quatro anos atrás, eu morava em Rondônia, ouvia The Killers, jogava Guitar Hero, e achava que ser rebelde era não fazer as tarefas de literatura. O Batman era mais sinistro, e eu, eu não sei. Hoje, eu não sei mais aonde moro. Não pego mais três reais com minha mãe. Não jogo mais bola na rua. Não jogo mais Guitar Hero e muito menos me acho "do rock".
O Batman envelheceu. O Batman se tornou incerto. Eu não sei se envelheci. Se cresci. Ou se não foi nenhum dos dois. Se o tempo simplesmente passou. Há seis horas eu fui um menino de 11 anos, um falso rondoniense de 14, e um perdido de 18. Há seis horas, eu vi mais que um filme. Eu vi uma parte da minha vida, mesmo que não na tela. Há seis horas eu entendi, de onde vem todo o peso na voz de quem diz que "o tempo passa, meu filho". Ou acho ter entendido.
Os filmes acabaram, os anos se passaram. E agora, José ?