quinta-feira, 25 de março de 2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

Dia a dia curto, normal e morto.

A gente tem que tá alerta! Eu já estou debaixo da coberta...
E o medo faz bastante gente se esconder
Lá fora faz um tempo o quê mesmo Zé? Confortável...
Lá fora faz um tempo confortável e a segurança cuida do normal
Não sei dizer o que é mais frio, se é o ar do meu próprio condicionador de ar
Ou se o vento que bate no telhado da casa
Mas, eu saberia dizer se a comparação fosse feita entre uma pedra fria de gelo
E o semblante de todos os assaltantes que andam na cidade escura às escuras
E isso é o normal...
Eu já até sei o que se passa na cabeça dos policias
Eles já estão acostumados a lidar com isso
Sabem todos os esquemas de negociação
Esquemas esses que eu nem sei como eu aprendi
Deve ter sido num desses papos de boteco
Boatos de boteco...
E isso é o normal...
A gente cuida disso também!
Sinuca, cerveja, samba e confusão
Esse é o dia na cidade, antes que escureça
Depois disso ela morre! Volta toda aquela dúvida sobre a temperatura
Não há mais nada vivo...
A não ser as casas que respiram
Como se fossem ursos hibernando toda noite
Se eu olhar pela fresta é como se visse um rastro de z
Cortando o céu, arrancado com aquele vento fraco
Alguns se arriscam caminhando, mas eu não!
E afinal de contas para onde eu iria?
Para o botequim, mas pra que?
Se eu já cansei daquela Brahma gelada, do coro da rapaziada
Da sensação de bem estar e de toda aquela putaria
Eu vou é ficar aqui e esperar a cidade terminar de morrer
Amanhã tudo morre de novo
Esse desânimo, essa noite fria
Esse cansaço, E volta toda a euforia!




Henrique Napolião Barreto
Cansei. Cansei de viver em um mundo onde você deve vasculhar cada corredor, cada beco, cada esquina. Cansei de ter que desconfiar de tudo e todos. Antigamente, se alguém puxava assunto com você na rua, você pensava que poderia ser alguém bem intencionado. Hoje se pensa da seguinte forma: Esse cara só pode querer três coisas. Minha carteira, meu rim ou minha bunda. Cansei de um mundo onde as pessoas na rua são cada vez mais frias, onde, mesmo estando entre mil, você se sente sozinho. Cansei dessa gente que no fundo, adoraria te ver no chão, mas no dia a dia fica bajulando, como se ela se importasse com você. Cansei dessa mídia, dessa moda, que projeta as pessoas para a anecefalia, onde coisas ridículas viram sensação,e o que merece atenção, se ignorado pela mídia, não vira mania, não recebe a atenção merecida. Cansei desses falsos anarquistas, que defendem ideologias radicais, sem terem a MENOR ideia do que se trata. Cansei dos que dizem ser algo, gostar de algo, só pra justificar o que fazem. Pode-se dizer que cansei de tudo. Mas ainda não cansei de ter esperança que isso vai passar.